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Corantes alimentares: um arco-íris de riscos

Contextualização histórica dos corantes alimentares

A coloração de alimentos com substâncias naturais tem sido usada desde aproximadamente 1500 A.C., no antigo Egito e tem sido regulada desde o tempo do Rei Edward I de Inglaterra no século XIII, para controlar o seu perigo e uso fraudulento [Eugene Arnold, L. et al., 2012].

 

A coloração de alimentos reporta ao antigo Egito

A coloração de alimentos remonta a 1500 A.C., no antigo Egipto. O uso de corantes alimentares tem como principal objetivo tornar misturas básicas de ingredientes mais atrativas para os consumidores, por exemplo, ao permitirem realçar a cor natural de ingredientes como a fruta [Kobylewski, S. et al., 2012]. Com o passar do tempo, surgiu a necessidade de fazer a sua regulamentação para controlar o seu perigo e uso fraudulento [Eugene Arnold, L. et al., 2012].

Rei Edward I de Inglaterra, pioneiro no contolo dos corantes alimentares
Sir William Perkin desenvolveu corantes a partir do petróleo e do carvão

Em 1856, o desenvolvimento de corantes provenientes do petróleo e do carvão pelo químico inglês Sir William Henry Perkin marcou o início de uma série de ações pela Europa e pelos Estados Unidos da América para a regulação dos corantes alimentares [Eugene Arnold, L. et al., 2012]. 

 

O estabelecimento da FDA (Food and Drug Administration) em 1938 e da Joint FAO/WHO (Food and Agriculture Organization/World Health Organization) em 1955 contribuiu para a garantia da segurança dos corantes alimentares, assim como para o impedimento da sua utilização fraudulenta ao fazer os alimentos parecerem melhores ou de maior valor [Eugene Arnold, L. et al., 2012]. 

Embora não sem críticas, a FDA revolucionou dramaticamente a utilização dos corantes alimentares, principalmente os sintéticos, sendo que se passou de uma época em que os corantes alimentares altamente tóxicos eram indiscriminada e amplamente usados, para uma época, mais concretamente o presente, em que um corante alimentar com uma probabilidade de 1 em 19 biliões de causar cancro é legalmente considerado muito perigoso [Eugene Arnold, L. et al., 2012].

Corantes sintéticos

No que diz respeito aos corantes sintéticos, estes são usados como corantes alimentares há pelo menos um século. A indústria alimentar tem usado os corantes sintéticos em detrimento dos corantes naturais, uma vez que os primeiros são mais baratos, estáveis e brilhantes [Kobylewski, S. et al., 2012]. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para facilitar a sua identificação, os corantes alimentares sintéticos têm um nome comum e um número oficial, o qual pode ser diferente de país para país. O International Numbering System (INS) é o padrão mundial para a classificação de tudo relacionado com alimentos e utiliza os números de 100 a 199 para os corantes alimentares (aprovados para uso ou não) do Codex Alimentarius (“Livro dos Alimentos”) estabelecido em 1963 pela FAO e pela WHO. Por sua vez, a segurança dos corantes alimentares sintéticos e outros aditivos alimentares é regulada pela Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives ([JECFA] estabelecida em 1955) [Eugene Arnold, L. et al., 2012].

Classificação dos corantes alimentares

No caso da União Europeia (UE), a classificação usada inclui a da INS com a adição de um prefixo “E” (“E” de Europa). Esta classificação inclui os corantes alimentares sintéticos e naturais aprovados pela European Food Safety Authority ([EFSA] estabelecida em 2002). Curiosamente, ao contrário do que ocorre na União Europeia, nos Estados Unidos da América (E.U.A.), a FDA separa os corantes alimentares que são obtidos sinteticamente dos corantes derivados de fontes de naturais [Eugene Arnold, L. et al., 2012].

Têm surgido várias preocupações sobre o impacto do consumo dos corantes alimentares sintéticos na saúde dos consumidores [Ver BBC NEWS, Europe-wide food colour ban call e BBC NEWS, Parents warned of additives link]. Inclusive, já vários destes corantes foram retirados do mercado.

Mas continuam a ser vários os corantes alimentares sintéticos usados na indústria alimentar. Um dos corantes usados que tem sido alvo de alguma preocupação é o Amarelo-sol FCF; corante sobre o qual nos iremos focar.

BBC NEWS, Europe-wide food colour ban call

BBC NEWS, Parents warned of additives link

Bibliografia

BBC News, Europe-wide food colour ban call: http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/7340426.stm (acedido em 23/05/2014)

 

BBC News, Parenst warned of additives link: http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/6979976.stm (acedido em 23/05/2014)

 

Eugene, A. et al (2012) Artificial Food Colors and Attention-Deficit/Hyperactivity Symptoms: Conclusions to Dye for Neurotherapeutics (2012) 9:599–609

 

Kobylewski, S. et al., (2012) Toxicology of dyesInternational Journal of Occupational and Environmental Health (2012) 220-245

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